É incerta a origem dos povos oceânicos. Algumas teorias se baseiam na possibilidade de que o povoamento do continente tenha sido conseqüência de uma série de ondas migratórias procedentes do Sudeste Asiático. A primeira delas teria sido a dos negros oceânicos, sem qualquer ligação com o continente africano, divididos em diferentes raças (melanésios, papuas, aborígines australianos etc.). Esses povos teriam sido expulsos da Indonésia e do sul da Índia devido à degradação das condições climáticas durante as glaciações quaternárias.
Posteriormente, a miscigenação e o isolamento geográfico deram lugar à enorme variedade étnica, lingüística e cultural que se observa nas populações do Pacífico. Os povos polinésios chegaram ao continente a partir do II milênio a.C., procedentes, talvez, da Insulíndia. No século V da era cristã, chegaram às Carolinas, de onde se espalharam pela Melanésia. No século VII teriam ocupado as ilhas Samoa, e até o século XII ou XIII, se disseminaram por toda a Polinésia. As incursões comerciais dos navegantes árabes pelas ilhas malaias durante a Idade Média levaram a Europa a tomar conhecimento da existência das "ilhas das especiarias", cujos produtos estimularam a abertura de rotas de navegação para o Oriente. A partir do século XVI, espanhóis e portugueses, em busca da legendária "Terra Australis Incognita", iniciaram o descobrimento da Oceania. Fernão de Magalhães descobriu algumas ilhas em sua viagem de circunavegação. Posteriormente, espanhóis estabeleceram uma rota da América para as Filipinas, e organizaram a exploração do Pacífico. Álvaro de Saavedra chegou à Nova Guiné em 1526; Álvaro de Mendaña de Neira descobriu as ilhas Salomão e as Marquesas, e Pedro Fernández de Quirós descobriu a de Espírito Santo, no local que depois se denominaria Vanuatu. Holandeses, ingleses e franceses competiram com espanhóis e portugueses no descobrimento e na colonização das ilhas, muitas das quais foram redescobertas e rebatizadas em várias ocasiões, dada a dificuldade de localizá-las com precisão nos mapas da época. Na primeira metade do século XVII, o holandês Abel Janszoon Tasman descobriu as ilhas que receberam os nomes de Tasmânia, Nova Zelândia e Fidji. Outros navegantes europeus foram os britânicos Samuel Wallis, que em 1767 chegou ao Taiti, e James Cook, que traçou um mapa bastante detalhado da Oceania, e o francês Louis-Antoine de Bougainville.
A partir do final do século XVIII, o comércio dos europeus com os indígenas, até então baseado no sistema de trocas, deu lugar à colonização efetiva. Missões católicas e protestantes, que competiam entre si pela conversão dos nativos, abriram caminho para companhias comerciais, que ocuparam diferentes ilhas, em nome de seus países. Ao longo do século XIX, o Reino Unido converteu-se na principal potência colonizadora da Oceania, por meio das grandes possessões da Austrália e da Nova Zelândia, que a partir do início do século XX tornaram-se, aos poucos, independentes.Também gradualmente, os espanhóis perderam sua influência na região, enquanto os franceses consolidavam sua presença no Taiti, na Nova Caledônia e nas ilhas Lealdade.
A Alemanha comprou da Espanha as ilhas Carolinas, Palau, Marshall e Marianas, e ocupou outros territórios. Em 1898, os Estados Unidos anexaram o arquipélago do Havaí. As doenças levadas por europeus e a perseguição aos nativos causaram uma drástica redução da população autóctone, em parte substituída por povos asiáticos que emigraram.
Terminada a primeira guerra mundial, as possessões alemãs foram divididas entre Austrália (nordeste da Nova Guiné, Bismarck e Salomão), Nova Zelândia (Samoa Ocidental) e Japão (Marianas, Carolinas, Palau e Marshall). Ao fim das sangrentas batalhas travadas no Pacífico durante a segunda guerra mundial, o Japão perdeu seus domínios para os Estados Unidos.
Na década de 1960 teve início o processo de independência de numerosas ilhas da Oceania, muitas das quais, no entanto, continuaram a manter vínculos com suas antigas metrópoles.
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